Cirurgia Torácica
É a especialidade médica capacitada para realizar intervenções cirúrgicas nas doenças que acometem a região torácica, sejam elas operações grandes com Cirurgia Torácicafinalidade curativa ou procedimentos menores visando estabelecer o diagnóstico preciso, por exemplo, de algum tipo de infecção tratável com medicamentos.
O cirurgião torácico atua em quatro principais áreas topográficas: os pulmões, as pleuras, o mediastino e a parede torácica.
Os pulmões são os órgãos responsáveis pela nossa respiração e, conseqüentemente, pela oxigenação do nosso sangue. Entender sua anatomia requer lembrar a árvore traqueobrônquica, os alvéolos, a circulação pulmonar (artérias e veias) etc. O médico pneumologista é o especialista em doenças pulmonares. Em algumas situações, entretanto, o tratamento mais apropriado é o cirúrgico – na maioria dos casos de câncer, por exemplo. É por isso que a nossa especialidade às vezes é considerada como sendo a “pneumologia cirúrgica”.
TroncoAs pleuras são membranas que envolvem os pulmões e a caixa torácica, mas é mais fácil e importante entender que existe o espaço pleural – na verdade, o espaço entre os pulmões e as costelas. Esse espaço, quando doente, pode ser ocupado por ar (pneumotórax), por líquido (derrame pleural), por sangue (hemotórax), por pús (empiema). Quando isto acontece, geralmente algum tipo de procedimento deve ser realizado para esvaziar o espaço pleural, podendo ser desde uma simples punção com agulha ou até uma operação de grande porte – neste contexto encontra-se a videotoracoscopia, uma das alternativas menos agressivas quando a abordagem cirúrgica do espaço pleural se faz necessária.
O mediastino corresponde à região do “meio” do nosso corpo, entre os dois pulmões. Muito bem protegido pela caixa torácica, sua importância deve-se à presença de estruturas nobres e vitais para o nosso organismo, incluindo o sistema cardiovascular (coração, principais veias e artérias), respiratório (traquéia e brônquios principais), digestivo (esôfago) e neurológico (medula espinhal). São relativamente freqüentes os tumores dessa região, especialmente os linfomas e timomas.
A parede torácica propriamente dita é formada por ossos (as costelas e o esterno) e músculos. Sujeita ao crescimento de tumores benignos e malignos, às vezes apresenta “defeitos” estéticos que cabem ao cirurgião torácico Ossoscorrigir, por exemplo os casos de pectus carinatum (“peito de pombo”) ou escavatum.
A verdade é que a especialidade de Cirurgia Torácica não sobrevive se o médico especialista ficar sentado em seu consultório ou ambulatório esperando o paciente aparecer. Nosso dia-a-dia concentra-se em atividades hospitalares, pois o cirurgião de tórax é um bom exemplo do que significa a abordagem multidisciplinar – vários médicos de diferentes especialidades contribuindo para a conduta mais adequada no diagnóstico e tratamento de um mesmo doente. Sendo assim, freqüentemente somos chamados para auxiliar no caso de pacientes já acompanhados por outros médicos, clínicos ou cirurgiões. A equipe de cirurgia torácica deve estar disponível e treinada para trabalhar junto com os pneumologistas, os infectologistas, os oncologistas etc. E sua atuação pode ser fator fundamental na evolução clínica do paciente, seja no Pronto Socorro, na enfermaria, no Centro Cirúrgico ou na Unidade de Terapia Intensiva.
Várias doenças podem comprometer as válvulas cardíacas. Tanto as adquiridas, como no caso da febre reumática, como as degenerativas, que podem derivar de um condicionamento genético. Estas doenças levam a dois defeitos principais nas válvulas cardíacas: obstruem a válvula (estenose) ou a tornam incompetente (insuficiência).
A cirurgia de válvula cardíaca consiste no reparo da válvula doente (plastia) ou na sua troca por uma prótese (mecânica ou biológica).
É muito importante salientar que, assim como no defeito da bomba d’água, não adianta se diluir nada no poço (líquido, comprimido, etc), pois não vamos obter o conserto do defeito da válvula. No coração funciona da mesma forma, ou seja, os remédios não concertam a válvula cardíaca. Por se tratar de um defeito mecânico, há necessidade de reparo ou troca.
Os remédios para pacientes portadores de doenças valvares tem como objetivo ajudar o coração a se manter, mesmo com o defeito mecânico. É fundamental ter em mente que o defeito leva a uma deterioração progressiva da função contrátil do coração. Assim, o diagnóstico tardio ou a decisão tardia pela cirurgia podem acarretar em um defeito irreversível, prejudicando o resultado se comparado ao tratamento precoce.
O grande desafio na cirurgia das válvulas cardíacas é escolher o tipo de tratamento cirúrgico adequado para cada paciente. No caso de plastia da válvula do coração, é fundamental avaliar se a válvula doente permite um reparo duradouro ou se já se encontra muito degenerada, indicando a necessidade de troca por uma prótese. O grande desafio da plastia é apresentar um reparo perfeito e duradouro.
Outro ponto importante é a decisão pelo tipo de prótese ideal, quando há necessidade de troca da válvula cardíaca. Existem vários tipos, entre válvulas mecânicas e biológicas. Na decisão, devem ser avaliados diversos aspectos do paciente, desde sua idade até o seu estilo de vida.